Cirurgiões de São Paulo conscientizam população sobre câncer colorretal
O Capítulo São Paulo do CBC tem trabalhado firme na campanha Março Azul Marinho, visando à conscientização social.
O câncer de intestino, ou colorretal, encontra-se entre os mais frequentes tipos de câncer em nosso país. Em homens fica atrás somente dos episódios da próstata. Entre as mulheres, figura imediatamente após os casos de câncer da mama.
Prevenção contra o câncer colorretal
Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), aproximadamente 40 mil novos casos de câncer colorretal são diagnosticados por ano, muitos deles relacionados a fatores evitáveis como má alimentação, tabagismo e inatividade física.
Preocupado com esse cenário, o Capítulo São Paulo do CBC tem trabalhado firme na campanha Março Azul Marinho, visando à conscientização social.
Faça sua parte e viva bem.
Prevenção e rastreamento do câncer colorretal
É imperioso que os cidadãos fiquem atentos aos programas de prevenção e rastreamento ao câncer colorretal. Justamente visando à conscientização social, o Capítulo São Paulo do CBC tem trabalhado firme na campanha Março Azul Marinho, recentemente incluída no calendário oficial da saúde com a aprovação pelo Senado Federal do Projeto de Lei 5.024/2019.
“Devemos ter muita atenção quanto a sintomas de desconforto abdominal, cólicas / dores abdominais e sinais como emagrecimento e sangramento nas fezes. Se ocorrerem, é necessário procurar imediatamente o Coloproctologista ou o Cirurgião do aparelho digestivo”, pontua diretor do Capítulo de São Paulo.
Alimentação e hábitos saudáveis
Na luta contra o câncer colorretal, é essencial fazer a lição de casa básica: alimentação saudável, evitar a obesidade, prática de atividade física, não exagerar do consumo de álcool, não fumar. É fundamental ainda reduzir a ingestão de carne vermelha e de processadas, como presunto, linguiça, salame, bacon, mortadela, salsicha, como exemplos.
O Capítulo de São Paulo do CBC lembra que o menu ideal é simples, tem como base verduras, legumes, frutas, cereais, grãos, sementes. Enfim, uma receita comum e a mais eficiente para viver bem.
Câncer colorretal: diagnóstico precoce
O Cirurgião do aparelho digestivo e Coloproctologista, pontua que o câncer colorretal é tratável, a despeito de ser a terceira neoplasia de maior mortalidade no país. Tal doença geralmente é curável ao ser detectada precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos, e em alguns casos, pode também ser curada até nas formas mais avançadas.
“Se diagnosticado em fase inicial, o tratamento tende a ser menos invasivo, com menor custo para o sistema de saúde, além de apresentar índice de cura elevado”, argumenta, Dr. Roger Coser, que também é diretor do Capítulo de São Paulo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
A partir de 2022, o mês de março foi escolhido como mês da conscientização sobre o câncer colorretal. A campanha Março-Azul Marinho pretende orientar e conscientizar a população sobre a doença, que atinge mais de 40 mil pessoas por ano.
O TCBC Sérgio Eduardo Alonso Araújo, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo e em Coloproctologia e Diretor Médico do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca a importância de se falar sobre a doença.
“Existem pesquisas que apontam que as chances de sobrevivência do paciente e de o tumor não voltar após o tratamento são muito maiores quando a doença é diagnosticada por sintomas iniciais, inclusive, quando assintomático, ou seja, na ausência de sintomas. Então faz todo o sentido fazer campanhas de prevenção para tentar identificar o tumor em um estágio mais precoce”, explica o especialista.
Ainda sobre as probabilidades de cura e tratamento, Sérgio Araújo reforça que tudo depende do momento em que o câncer é diagnosticado. “Se estiver em estágio inicial as chances de cura excedem 90%. Em contrapartida, quando é diagnosticado em um estágio em que não se restringe mais ao intestino, chamado câncer colorretal estágio 4 ou câncer colorretal metastático, aí a sobrevivência varia até 5 anos. É uma probabilidade de cura que beira os 50%”.
Para o câncer colorretal de localização no cólon, o tratamento é cirúrgico e em alguns casos é necessário até mesmo quimioterapia. No caso de câncer no reto, o tratamento também é cirúrgico, mas em determinadas situações pode-se utilizar quimio e radioterapia antes da cirurgia.
Por fim, sobre a prevenção, o médico ressalta a importância da realização de exames de rotina. “O rastreamento é feito através da pesquisa do sangue oculto nas fezes ou por meio de colonoscopia. A colonoscopia é feita a cada 10 anos e a pesquisa nas fezes é feita anualmente. Ambos devem ser realizados a partir dos 45 anos da idade”, orienta ele, que ainda completa informando que nenhum dos exames apresenta contraindicação.
Quando fazer o rastreamento do câncer colorretal
O rastreamento do câncer colorretal consiste na realização de exame para diagnosticar casos de câncer colorretal em pacientes sem sintomas da doença, justamente com o objetivo de identificar tais tumores em estágios mais iniciais. A recomendação atual é iniciar o rastreamento a partir dos 45/50 anos de idade ou antes caso recomendado pelo seu médico.
“Quem tem história familiar de câncer de intestino precisa de atenção especial e investigação genética”, acentua Dr. Roger Coser, diretor do Capítulo de São Paulo. “A polipose adenomatosa familiar é uma doença genética que pode levar ao aparecimento de câncer em pessoas jovens. Esses pacientes devem iniciar o acompanhamento médico já na infância, na adolescência”.
Câncer colorretal: o custo para a saúde
O Instituto Nacional de Câncer estima que, em 2030, a despesa do Sistema Único de Saúde (SUS) com pacientes diagnosticados com a doença supera em mais de 80% à de anos recentes.
Registra também que, há três anos, 2018, foram desembolsados pelo SUS aproximadamente R$ 545 milhões com procedimentos hospitalares e ambulatoriais para atender pacientes com o tumor, com 30 anos ou mais. Para 2030, projeta a necessidade de um orçamento específico de R$ 1 bilhão.
Combater o câncer colorretal, assim, é essencial para racionalizar os investimentos em saúde.
E mais: é um ato em defesa das pessoas e da vida.
TCBC Roger Betrati Coser rogercos@hotmail.com
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TCBC Carlos Augusto Metidieri Menegozzo |
TCBC Sergio Eduardo Alonso Araujo @sergioaraujo1 Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Diretor da Especialidade de Coloproctologia do Capítulo de São Paulo do CBC
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